O Declínio da Arte, Renascença, Karnal, Savonarola, Santander

A exposição do Santander expôs acima de tudo o quão preocupante está a sociedade nos dias de hoje. Sociedade limitada intelectualmente e moralmente.

Quando uma sociedade começa relativizar a proteção da infância. É um sinal claro de falência. A falência moral é a mais preocupante, com consequências morais graves.

Princípios morais são a essência de qualquer sociedade próspera. Os mesmos quando começam a ser “arranhados”, entra em cena as leis, a justiça. Que são parte dos pilares necessários para a manutenção de um ambiente próspero, harmonioso, capaz de proporcionar aos membros perspectiva de futuro.

Para falar da infância, a pureza, o início, será preciso tratar especificamente em outro momento dada a profundidade do tema. Em resumo, a infância é um período único, sagrado, determinante de características essenciais tanto para os indivíduos como para o grupo do qual eles farão parte. A sociedade por exemplo. Na infância, se desenvolve a inteligência, se dá o impulso necessário para o respeito a si mesmo e ao espaço alheio. Noção de realidade, que é uma coisa que está em falta. E não menos importante respeito à vida.

Um dos membros do Terça Livre, publicou vídeo com informações preocupantes. Se tais informações forem verídicas, serão fatos que precisarão ser tratados com a máxima seriedade. Logo abaixo segue o link com o vídeo:

O mesmo reitera as informações e faz uma correção aos 22:20 minutos no vídeo abaixo

O Declínio da Arte

Devido a arte ter a função de transcender, levar a questionamentos e etc… Os mais diversos conceitos surgem sobre a mesma. Independente da arte ser bela ou não. Possuir traços finos ou características rústicas. A mesma traz à tona provocações. Mas o que não se pode permitir é a apresentação da mesma para mentes sem senso crítico. Especialmente crianças, pois a arte no mínimo choca. Sobretudo quando trazem desrespeito à individualidade e infância.

Em tempos onde a doutrinação corre frouxa, onde há pouca ou nenhuma contestação, qualquer coisa é arte, ou seja, banaliza-se a arte e o artista. Trocando o que é nobre e elevado pelo medíocre. Mais grave ainda é quando gênios passam dificuldades financeiras enquanto outros notadamente menos talentosos são agraciados pelas benesses do dinheiro público. O que ocorreu no Santander ocorre diariamente em várias empresas e setores, a ocupação por ideologias que dividem as pessoas e destroem a instituição de dentro para fora. Onde a esquerda encosta, acaba.

Não se Pode Julgar Savonarola sem levar em consideração os Médici e os Borgia

Não é a primeira vez que Leandro Karnal aparece com defesas relativistas. Eu não acredito que seja por ignorância. Espera-se que o mesmo não se torne papagaio com frases de efeito por questões materiais. Que o conhecimento seja sempre superior, mesmo que com isso seja necessário uma vida simples.

Karnal, ao citar Savonarola cometeu um erro grave. Aqui sim! Cabe analisar fazendo vasto uso do contexto da época.

As reações de Savonarola, bem como os excessos, foram de certa forma proporcionais a toda corrupção e abusos que existiam na época. Boa parte delas promovidas pelos Médici, Borgia juntamente com outros membros da nobreza e o clero. Obviamente espera-se que o leitor tenha a inteligência para enxergar o presente texto apenas como ferramenta de esclarecimento, não instrumento de defesa para todos os atos do frade.

Savonarola é apresentado comumente como um fanático religioso, ignorante de intelecto limitado, porém essa não é a verdade. Savonarola era estudioso de filosofia e medicina, pouco antes de morrer foi publicado uma de suas últimas obras, o Tratado sobre o regime e o governo da cidade de Florença. A obra aborda tipos de governo e qual seria o mais adequado para Florença. Mesmo com tendência monarquista, o mesmo defendeu que Florença deveria ter um governo republicano. O que demonstra uma visão mais pautada na realidade da época do que fanatismo religioso.

O Renascimento

O Renascimento foi período onde se valorizava a erudição. Período em que houve o resgate cultural da antiguidade clássica, havendo assim um desenvolvimento no sentido humanista e naturalista. A razão ganhou mais espaço, a análise de evidências, empirismo. O homem começa a questionar, investigar, pesquisar. Erudição se torna o paradigma da época. Ou seja, independente da classe social, era possível encontrar traços de erudição em todos. O homem passa a se enxergar reconhecer a beleza natural de si mesmo e das coisas. A busca constante do despertar as capacidades latentes em seu ser.

Os artistas não eram simples artesãos, eram eruditos com talentos individuais únicos. Expressavam em suas artes toda a grandeza e perfeição que fosse possível alcançar. Para chegar a essa conclusão, basta apenas olhar a riqueza de detalhes nas obras. O cuidado, o empenho para o desenvolvimento de cada uma.

O Renascimento trouxe colaborações decisivas para o campo da ciência que refletem até os dias atuais. A ciência progrediu graças a importância dada a observação da natureza, do homem. Nesse período, graças ao estudo no sentindo de se desenvolver cada mais as habilidades, conhecimento, houve grandes descobertas nos campos da medicina, astronomia, engenharia, arquitetura, filosofia, filologia e é claro que ocorreu concomitantemente com as grandes navegações.

Um outro aspecto que foi favorável para todo o conhecimento gerado no Renascimento, foi a junção de vários conhecimentos, cultura. A grosso modo o mundo pagão, cristão, árabes, conhecimentos do oriente, judaísmo, passaram a conviver e trocar experiências. Assim um influenciando no outros em diversos aspectos.

Os Médici, assim como outros nobres, apesar dos problemas que envolvem corrupção e etc… introduziram o mecenato. O que foi importante para o desenvolvimento da arte. Como o paradigma era a erudição, o conhecimento, a beleza, muito se investia. O objetivo primário era a ostentação, mas o ganho para a humanidade como um todo foi o conhecimento.

A educação deu um salto. Como consequência da busca por erudição, foi necessário aprimorar o conhecimento em línguas. O Latim volta à cena com força. Pois o mesmo era necessário para se ter acesso a várias obras. Com o enriquecimento da linguagem através do convívio com vários idiomas, o nível intelectual subiu proporcionalmente, afetando positivamente a forma de se passar conhecimento. Com isso houve maior interesse em itens, artefatos antigos, impulsionando assim a arqueologia e várias outras ciências e artes., mas o maior ganho de toda essa riqueza intelectual, foi o compartilhamento da informação. A população que não mal possuía acesso, agora se beneficiava com as informações que chegava à mesma. Se tornando assim mais educados e aos poucos o número de leitores aumentara gradativamente.

Com o tempo, o aprimoramento, a busca por conhecimento e perfeição nos mais variados setores, sejam eles nas artes, ciência, tecnologia. O termo gênio ganha força, status, assim vários nomes se tornaram cada mais conhecidos como Da Vinci, Rafael, Michelangelo, dentre outros que foram se destacando em setores específicos como arquitetura, filosofia, música e etc…

Falando em música é importante salientar que devido os investimentos, surgiu até mesmo escolas, não só de música, mas de várias áreas. Mas no que diz respeito a música, foi um dos caminhos que aprimoraria os fundamentos da música, originando no futuro, formas aprimoradas no Barroco.

Um outro termo que possuía grande valor e era cobiçado. Era objetivo de muitos, Leon Battista Alberti, assim como outros o detinha. O mesmo arquiteto de grande profundidade, bem como era reconhecido em outras áreas. Personificando o ideal renascentista “homem universal” (uomo universale).

Crítica e Informações

Até aqui pode parecer que tudo, ou quase tudo são flores. Mas não. É inegável que o Renascimento foi fundamental no conhecimento em várias áreas. Não de forma superficial, mas ao contrário, houve aprimoramento profundo, a abertura da mente humana para questionamentos, para a beleza, a vida, métodos de pesquisa, ensino. Um salto para a modernidade. Porém é inegável a falência moral. A corrupção e valores questionáveis limitou em muito o que poderia ter sido maior. Por mais que pareça estranho, em meio a tanta riqueza havia grande pobreza, intensas perseguições religiosas, políticas. A começar pelo próprio papado.

Como não podia ser diferente, os marxistas tiram grande parte do mérito de tanto desenvolvimento e se preocupam em atacar o capitalismo que começara a surgir na época. De acordo eles o capitalismo proporcionou tempo para que a classe burguesa pudesse se desenvolver em artes e outros setores. Como se isso fosse ruim! Ou seja, até nisso esse pessoal é contra o desenvolvimento. Criticam ferozmente a competição, concorrência. Porém, são fatos inegáveis o desenvolvimento, a busca por ser melhor, perfeito dia a após dia. Esse era um dos ingredientes que possibilitaram artistas criarem obras sublimes. Mas de acordo os marxistas isso é coisa da elite. Isso responde muita coisa.

A importância do Renascimento ecoa até os dias de hoje. É objeto de constante estudo, pois foi um período de grande produção cientifico, tecnológico e artístico. Poderia ter sido um período mais brilhante, mas como pode ser observado até mesmo nos dias de hoje. A corrupção é a maçã podre capaz de envenenar e destruir uma civilização inteira. O Brasil provavelmente é a terra mais equilibrada e dotada de riquezas naturais e estratégicas, porém o povo vive em uma pobreza generalizada, limitados de várias formas.

Dentre as maiores heranças do Renascimento estão a postura moral, os valores elevados de heroísmo, altruísmo, a vida em sociedade organizada dotada de leis e instituições básicas e necessárias, como a educação. Que passou a não ser mais exclusividade da classe dominante, se popularizando, cabe ressaltar novamente que independente da classe social, o paradigma era a erudição, o saber, o conhecer eram essenciais para possuir destaque social.

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Autodidata, acadêmico, eterno estudante, eterno aprendiz inconformado com ignorância e corrupção.

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